Em agosto, a Uber começou a testar carros autônomos em uma área de 12 milhas quadradas do centro de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Passageiros que peçam um carro entre as 7 da manhã e as 10 da noite na área delimitada podem ser aleatoriamente designados a um Ford Fusion autônomo (mas com um motorista pronto a assumir o controle) e não precisar pagar pela corrida.

No entanto, conforme o Guardian ressalta, a tecnologia é ainda mais experimental do que parece: até junho, qualquer pessoa (com exceção de funcionários da Uber) que andasse em um desses carros para testá-lo precisava assinar um documento eximindo a empresa de responsabilidade em caso de acidente.

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De acordo com documentos obtidos pelo site, passageiros que testaram os carros precisavam declarar-se cientes de que “andar em um VA [veículo autônomo] pode envolver o potencial de morte, ferimentos sérios ou perda de propriedade”. A frase anterior, segundo o site, foi retirada de um documento datado de 23 de junho.

Amigos e família

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Ao longo do terceiro semestre de 2016, a empresa também fez um período de teste para amigos e parentes dos funcionários. Durante o teste, coordenado pelo centro de tecnologias avançadas (ATC) da empresa, os passageiros precisavam declarar-se cientes de riscos como “falha de equipamentos (…), ações de outros motoristas, clima, temperatura, condições da estrada, negliência ou erro humano”. 

Nesse período, os passageiros assinavam um documento no qual diziam concordar “em nome de mim mesmo, meus executores, administradores, herdeiros e descendentes” que eram totalmente responsáveis por “quaisquer riscos que possam surgir da negligência ou descuido [da Uber] na operação dos VAs e/ou equipamentos perigosos ou defeituosos”.

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Passageiros atuais

Os passageiros que andam atualmente no carro autônomo da empresa não precisam assinar documentos desse tipo. A empresa comunicou ao Guardian que os passageiros desses veículos estão cobertos por US$ 5 milhões de seguro, de acordo com legislação do estado de Pennsylvania.

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Segundo o professor Bryant Walker-Smith da University of South Carolina, a Uber poderia acabar ficando isenta das leis que regem a operação de táxis no estado. Isso porque, por enquanto, ela não está cobrando pelas viagens feitas com carros autônomos.

“As cortes geralmente defendem que os provedores de transporte têm uma responsabilidade maior pela segurança dos seus passageiros. No entanto, eu esperaria que um tribunal exigisse da Uber um padrão semelhante de segurança se um dos passageiros de seu programa [de carros autônomos] se ferisse”, opinou.