Como CEO da rede social mais popular do planeta, Mark Zuckerberg teve de se pronunciar acerca dos problemas causados pela manifestação de cunho racista que ocorreu nos Estados Unidos no último fim de semana. Mas o executivo já tinha certa experiência no assunto, conforme revelado nesta quarta-feira, 16.

Wall Street Journal e Business Insider reportaram ontem que, no ano passado, Zuckerberg tomou a iniciativa de encerrar um grupo interno que vinha sendo usado por funcionários do Facebook para propagação de ódio.

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O tal grupo se chamava Facebook Anon e foi criado em maio de 2015 como um fórum para discussões anônimas a respeito de assuntos relacionados ao ambiente de trabalho. Centenas de funcionários estavam presentes, segundo o BI, e as conversas giravam em torno de temas brandos, como se seria ético pegar comida a mais dentro da companhia para levar para casa.

Durante as eleições de 2016, contudo, o tom do grupo foi se tornando mais político e ele acabou tomado por manifestações alinhadas àquelas que fizeram com que o Google demitisse o engenheiro James Damore há poucos dias. A primeira polêmica parece ter surgido em meio à campanha Black Lives Matter, bem quando Zuckerberg reclamou que havia funcionários vandalizando cartazes de apoio dentro da empresa.

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Um mês após a eleição de Donald Trump, Zuckerberg resolveu acabar com aquilo. Em nota, a diretora de RH do Facebook, Lori Goler, disse ao BI que o encerramento se deu porque o grupo violava os termos de serviço da empresa, que proíbem anonimato na rede.

Ex-participantes disseram ao mesmo site, porém, que o CEO foi questionado por um funcionário sobre o assunto em uma reunião subsequente e deu outra versão para os fatos: de acordo com Zuckerberg, o grupo havia sido fechado porque vinha sendo usado como canal para o assédio dentro da empresa.

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Pouco tempo depois, surgiram pelo campus do Facebook cartazes com as datas de “nascimento” e “morte” do fórum e a frase: “Silenciado, mas não em silêncio”.