O que todos já esperávamos foi confirmado. O WhatsApp começará a exibir anúncios dentro do aplicativo em breve, como confirmou Chris Daniels, vice-presidente da empresa, nesta quarta-feira, 31, à publicação indiana IANS.

Como já era esperado, o espaço escolhido para os anúncios são os Status, a versão do WhatsApp do formato Stories criado pelo Snapchat e implementado em todos os serviços do Facebook nos últimos anos. O recurso já tem 450 milhões de usuários ativos diariamente, o que o torna um espaço interessante para a publicidade.

Apesar de não ser surpresa, ainda se trata de uma decisão polêmica. Quando o WhatsApp surgiu, ele se popularizou com a promessa de que jamais teria publicidade por acreditar que isso violaria a privacidade do usuário. No lugar, a empresa optou por implementar um plano de assinatura anual de US$ 1 para cobrir os custos do negócio, mas a realidade é que muita gente jamais pagou um tostão para usar o app.

Quando foi absorvido pelo Facebook, em 2014, essa cobrança anual foi revogada, o que gerou dúvidas sobre como a empresa de Zuckerberg cobriria os custos do negócio bilionário. Jan Koum e Brian Acton, fundadores do WhatsApp sempre se opuseram à publicidade, o que pode ter sido o empurrãozinho que faltava para que ambos deixassem a empresa. Acton, inclusive, chegou a dizer ter se arrependido de vender o app ao Facebook, dizendo ter “vendido seus usuários”.

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O Facebook ao menos garante que a criptografia de ponta-a-ponta do WhatsApp não será comprometida, o que significa que a empresa continuará incapaz de analisar o conteúdo das mensagens para fornecer anúncios direcionados. A empresa terá que recorrer a outros tipos de dados para direcionamento de publicidade.

Ainda não se sabe quando os anúncios invadirão os Status do WhatsApp, mas não deve demorar muito. Referências à mudança já podem ser encontradas no código do aplicativo, como revelaram análises das versões mais recentes do app.

A mudança vem em um momento em que o Facebook precisa começar a diversificar suas fontes de renda. Os últimos resultados mostram uma tendência de estagnação da base de usuários da rede social, com direito a queda em algumas regiões, o que faz com que os anúncios do feed de notícias comecem a se desvalorizar. Por este motivo, a empresa tem olhado para seus outros apps, como o Messenger, o WhatsApp e o Instagram para ver como maximizar o faturamento em outras plataformas.

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