Usuários mais velhos de smartphones tendem a confiar mais no recurso de bloqueio automático de seus aparelhos em comparação com os usuários mais jovens, além de preferirem usar PINs ao invés de impressões digitais para desbloquear seus telefones. Foi o que mostrou um estudo recente da Universidade de Colúmbia Britânica, no Canadá.

Os pesquisadores também descobriram que os mais velhos são mais propensos a desbloquear seus telefones quando estão parados, como quando estão trabalhando em uma mesa ou sentados em casa.

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Essa foi a primeira vez que a ligação entre idade e uso de smartphones foi explorada segundo Konstantin Beznosov, professor de engenharia elétrica e computação na UBC. Ele atuou como supervisor da pesquisa.

“Como pesquisadores que trabalham para proteger os smartphones contra acesso não autorizado, precisamos primeiro entender como os usuários usam seus dispositivos”, disse Beznosov. “Ao rastrear usuários reais durante suas interações diárias com seus dispositivos, agora temos insights que podem ser usados para informar futuros designs de smartphones”.

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A análise também mostrou que os usuários mais antigos utilizavam o telefone com menos frequência do que os usuários mais jovens. Para cada intervalo de 10 anos, houve uma redução correspondente de 25% no número de sessões de uso. Em outras palavras, uma pessoa de 25 anos pode usar seu telefone 20 vezes por dia, mas uma pessoa de 35 anos pode usá-lo apenas 15 vezes.

O estudo acompanhou 134 voluntários, com idades entre 19 e 63 anos, através de um aplicativo personalizado instalado em seus telefones Android. Durante dois meses seguidos, o aplicativo coletou dados sobre eventos de bloqueio e desbloqueio, escolha de bloqueio automático ou manual e se o telefone estava bloqueado ou desbloqueado em movimento. O aplicativo também registrou a duração das sessões do usuário.

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Foram encontradas diferenças de gênero nas escolhas de autenticação. À medida que envelhecem, os homens são muito mais propensos a confiar em bloqueios automáticos, ao contrário das mulheres, que optam por boquear manualmente seus dispositivos.

Em termos gerais, as mulheres usam seu telefone mais do que os homens. Aquelas na faixa dos 20 anos usam smartphones significativamente mais do que seus colegas do sexo masculino. No entanto, o equilíbrio muda com a idade. Os homens na faixa de 50 anos registraram sessões de uso mais longas do que as mulheres da mesma idade.

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Embora o estudo não tenha analisado as razões desses comportamentos, Beznosov diz que as descobertas podem ajudar as empresas de smartphones a criar produtos melhores.

“Fatores como a idade devem ser considerados ao projetar novos sistemas de autenticação para smartphones, e os dispositivos devem permitir que os usuários escolham o método de bloqueio que atenda às suas necessidades e padrões de uso”, disse ele, acrescentando que pesquisas futuras devem investigar outros fatores demográficos e outros grupos de participantes e explorar os fatores envolvidos nas decisões de autenticação.

O estudo foi apresentado na Conferência do CHI sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais no mês passado em Glasgow, Escócia.