* Com reportagem de Roseli Andrion

Intel anunciou na quarta-feira (11) que suas tecnologias serão usadas na Olimpíada de Tóquio 2020. Entre as novidades estão o rastreamento de atletas em 3D com inteligência artificial e o treinamento da equipe que atuará nos Jogos com realidade virtual, além de melhorias na transmissão de competições.

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A marca esteve presente, em 2018, nos Jogos de Inverno de PyeongChang. “Eles marcaram nossa primeira colaboração com o Comitê Olímpico Internacional (COI) e queremos estender e aprofundar ainda mais essa parceria ao longo dos próximos anos”, diz Rick Echevarria, diretor geral do Programa Olímpico da Intel.

Isso deu à companhia expertise para participar de Tóquio 2020. Segundo Echevarria, o objetivo é melhorar as experiências dos atletas, do público e de toda a equipe local, além de, claro, mostrar como a tecnologia pode transformar os negócios. Veja, a seguir, algumas das novidades.

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Inteligência artificial

O 3D Athlete Tracking (3DAT) usa inteligência artificial para melhorar a experiência dos espectadores. Para isso, quatro câmeras móveis capturam a forma e o movimento dos atletas. Os dados são enviados a algoritmos que analisam a biomecânica dessas atividades. O resultado pode ser apresentado durante as competições (em forma de visualizações sobrepostas) e nos replays dos eventos (para oferecer insights realistas).

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Soluções de inteligência artificial foram usadas, ainda, para compor a música oficial de Tóquio 2020 (#2020beat). Uma seleção com mais de mil amostras de som serviu como base: seus fragmentos (dos temas esporte, cultura japonesa, dia a dia e natureza) foram combinados para produzir cinco ritmos diferentes. A batida tem um chamado e uma resposta: a ideia é que o público ouça o chamado e siga a resposta com palmas.

Realidade virtual

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Intel pretende usar realidade virtual no treinamento da equipe de forma a oferecer uma prática imersiva com experiências mais realistas e feedbacks mais precisos. Para isso, serão usados gêmeos digitais — réplicas computadorizadas de locais e objetos com os quais se vai interagir. Assim, as ações de treinamento, planejamento e simulação vão ficar mais fáceis. Entre as vantagens estão a diminuição de custos e o aumento da eficiência do treinamento. 

Além disso, a marca pretende oferecer experiências com essa tecnologia de outras formas durante a Olimpíada. A realidade virtual será usada na produção de conteúdo especial de diferentes esportes (como atletismo, ginástica, boxe e vôlei de praia) e o material será transmitido pelas emissoras oficiais dos Jogos Olímpicos. Durante a Olimpíada de Inverno de PyeongChang a empresa fez a primeira experiência do tipo: ofereceu transmissão de realidade virtual ao vivo de Jogos Olímpicos.

e-Sports

Se depender da Intel, os esportes eletrônicos devem brilhar poucos dias antes de Tóquio 2020 — entre 22 e 24 de julho (os Jogos Olímpicos começam em 24 de julho). A marca criou o Intel World Open (um campeonato de e-Sports) para dar sequência ao Intel Extreme Masters, ocorrido em PyeongChang às vésperas da Olimpíada de Inverno, em 2018. 

Os games escolhidos para a competição são “Street Fighter V”, da Capcom, e “Rocket League”, da Psyonix (que será lançado no início de 2020). Qualquer jogador pode participar das seletivas para integrar a equipe de seu país. Em junho de 2020, haverá uma qualificatória em Katowice, na Polônia. A final será em Tóquio.

Outras tecnologias

Um dos grandes destaques dos Jogos Olímpicos do Japão vai ser o uso do NeoFace. A tecnologia de reconhecimento facial da NEC vai ser usada para identificar mais de 300 mil atletas, funcionários, voluntários e jornalistas. A Intel participa do processo, já que vai equipar o maquinário com processadores Core i5. Entre as vantagens do sistema estão a prevenção de riscos de fraude de identidade e a redução do tempo de espera para verificação de documentos.

Nas conexões, Tóquio 2020 deve usar as novatas redes 5G para oferecer novas soluções de mobilidade, experiências de visualização mais imersivas e serviços avançados de transmissão. A tecnologia de rede é da Cisco, mas os processadores usados são os Intel Xeon. Segundo a companhia, eles aumentam a segurança, a confiabilidade e a flexibilidade — o que é essencial nas redes de missão crítica dos Jogos Olímpicos, que vão conectar 42 locais de competição (entre eles, o Estádio Olímpico) e localidades como a Vila Olímpica, a sede do comitê organizador, as bases de transmissão e os hotéis.

Novas oportunidades

A Intel parece querer aproveitar a Olimpíada para impulsionar seus negócios em áreas que vão além dos processadores. A empresa enfrenta queda nas vendas de chips de computadores pessoais e, há alguns meses, desistiu de desenvolver um modem 5G — a divisão inteira, inclusive, foi vendida para a Apple

Os Jogos Olímpicos são uma boa oportunidade para a marca demonstrar sua presença em outros segmentos tecnológicos. “Esta é realmente uma boa oportunidade para mostrarmos as tecnologias de microprocessadores que desenvolvemos há muitos anos, mas também muito do nosso trabalho em software, em algoritmos e em experiência de aprimoramento de transmissão”, diz Echevarria.