O Olhar Digital já falou que um dos grandes problemas dos celulares importados da China, em especial os da Xiaomi, que ganharam muita força no Brasil nos últimos tempos, é a falta de compatibilidade de alguns dos aparelhos com a rede 4G brasileira. Na terça-feira, a empresa trouxe de forma oficial ao Brasil mais cinco smartphones, mas eles serão totalmente compatíveis com as redes nacionais?

Primeiro, é importante entender como funciona o 4G brasileiro. Ele é composto basicamente por três frequências principais: a de 2600 MHz (banda 7, ou B7), a de 1800 MHz (banda 3, ou B3) e a de 700 MHz (banda 28, ou B28). A última delas é reconhecidamente a melhor entre todas elas pela frequência mais baixa; isso permite que uma única antena cubra uma área maior, melhorando a recepção do 4G, além de penetrar melhor em paredes, o que permite um sinal melhor quando você está dentro de casa, na escola ou na faculdade, no escritório ou em um shopping, por exemplo.

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Diferentes regiões possuem diferentes tipos de cobertura. Em algumas regiões, as três bandas estão operando ao mesmo tempo, mas isso não é necessariamente verdade em todo o Brasil. A B28 é mais recente, e, portanto, cobre uma área menor do que as outras duas. Onde há mais de uma frequência funcional, alguns aparelhos são capazes de operar no que se convencionou de chamar de “4,5G”, utilizando múltiplas bandas ao mesmo tempo para melhorar a velocidade da conexão.

Desta forma, dispositivos que não tenham suporte a todas as bandas do 4G, em especial à de 700 MHz, podem ter desempenho de rede inferior a outros aparelhos que suportam totalmente o 4G nacional. Seja pela perda de desempenho ao conectar-se em locais fechados, seja por uma velocidade menor de conexão por não poder usar múltiplas frequências, alguns usuários podem, sim, ser impactados. Dependendo da região, no entanto, a ausência de suporte a alguma frequência pode não fazer qualquer diferença; se o celular não tem suporte aos 700 MHz e a região não tiver os 700 MHz, nada muda em relação a um celular que tenha suporte à banda.

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E os novos celulares da Xiaomi?

A Xiaomi revelou cinco celulares de uma tacada só que estão chegando ao Brasil. São eles o Mi 9, o Mi 8 Lite, o Redmi 7, o Redmi Note 7 e o Redmi Go. Eles se juntam ao Pocophone F1 e ao Redmi Note 6 Pro, que já haviam sido lançados no país anteriormente.

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Alguns desses aparelhos têm suporte total ao 4G brasileiro, mas não são todos. Veja o que cada um deles oferece:

Começando pelos “Mis”. Os compradores do Mi 9 e do Mi 8 Lite não devem ter nenhuma problema com o 4G brasileiro. Os dois dispositivos são compatíveis com a B3, a B7 e a B28, então eles poderão aproveitar a melhor conexão possível em qualquer região.

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Já no mundo dos “Redmis”, a coisa não é tão uniforme assim. A maioria dos aparelhos têm suporte total às frequências do 4G brasileiro, com uma única exceção. O Redmi 7, conforme anuncia o site oficial da Xiaomi no Brasil, não tem suporte à B28, justamente a frequência de 700 MHz, que é a melhor entre elas. Se a sua região já tem o 4G de 700 MHz, o desempenho de rede do Redmi 7 pode ser inferior a outro aparelho que tenha suporte total ao 4G nacional.

Por fim, o Pocophone F1, que já estava no Brasil há algum tempo, também pode ter alguns probleminhas com o 4G nacional. O aparelho também não tem suporte ao 4G de 700 MHz e, como mencionado previamente, isso pode trazer dificuldades de conexão em locais fechados, entre outros problemas.