Pela primeira vez em quase dois anos, as vendas da Tesla mostraram uma queda. A empresa anunciou em comunicado que vendeu 63 mil carros mundialmente no primeiro trimestre de 2019, uma queda de 31% comparado com o último trimestre de 2018. Desses, 50.900 mil eram do modelo 3s. A última vez que a montadora apresentou queda foi na primeira metade de 2017- logo antes do Modelo 3 entrar em produção.

Como resultado, “nós esperamos que o lucro do primeiro trimestre seja impactado negativamente”, diz o comunicado. Porém, a declaração também afirmava que a empresa tem “dinheiro suficiente a mão”.

Mesmo assim, a Tesla continua desafiando os críticos que dizem que a demanda pelo Modelo 3 já está esgotada no Estados Unidos, reafirmando que orientou entregas de 360 a 400 mil carros em 2019. A companhia comentou ainda que pedidos por esse veículo nos EUA “ultrapassaram o que a empresa tinha capacidade de entregar”, de acordo com ela, “em cerca de 22%”.

Recentemente, a companhia começou a enviar o Modelo 3 para China e  Europa, mas não parece ter causado grande impacto em nenhum desses mercados para conseguir manter seus altos índices de venda do fim de 2018. 

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Mas a queda nesse caso pode ser atribuída a alguns problemas alfandegários na China e de logística na Europa, conforme a empresa explicou no comunicado. Esses obstáculos fizeram com que apenas metade das entregas chegassem no destino, adiando a chegada dos carros para o segundo trimestre. Cerca de 10.600 veículos estavam em trânsito globalmente no fim de março. 

A decadência acontece depois de 2018, chamado por Elon Musk de “o ano mais desafiador da história da Tesla”, no qual a empresa conseguiu duplicar os números de 2017, levando até a um aumento da sua capacidade de produção ao incluir um local de construção de carros ao ar livre.

No final do ano passado, o Modelo 3 tornou-se o veículo elétrico mais vendido do mundo, com a versão mais acessível custando cerca de U$49 mil. Porém, no início de 2019 começaram as preocupações com um esgotamento da demanda nos EUA, por isso, não foi surpresa quando Musk anunciou entregas para China e Europa – ambas grandes mercados em potencial para a Tesla. 

O CEO da companhia já havia sugerido anteriormente que a empresa poderia passar por um primeiro trimestre difícil, principalmente porque não é um período que as pessoas compram carros. Além disso, a Tesla perdeu a elegibilidade para o crédito fiscal federal no início de janeiro. 

Claro que Musk não aceita as sugestões de baixa demanda pelo Modelo 3. Do ponto de vista dele, as pessoas querem o veículo e a demanda é muito alta, porém, falta dinheiro para elas comprarem. Por essa razão, o CEO busca tornar o carro mais acessível. 

Via: The Verge