A Nasa divulgou recentemente a criação de um novo tipo de pneu, feito com uma liga de níquel e titânio, chamado de “pneu superelástico”. Segundo a agência de pesquisa, a novidade pode oferecer a mesma tração que os pneus convencionais, mas é capaz de aguentar até 30 vezes mais peso e deformação do que eles sem sofrer deformações permanentes.

No entanto, o aspecto mais notável do pneu superelástico é a sua construção vazada. Ele é feito com uma espécie de “teia” de metal que não tem o mesmo aspecto sólido dos pneus de borracha. Essa construção, no entanto, é justamente o que garante a sua durabilidade. O vídeo abaixo mostra o novo tipo de pneu em ação:

Pneu para andar em Marte

publicidade

O pneu, de acordo com a Nasa, foi inventado para ser usado em missões de exploração em Marte. Ele representa a última inovação da tecnologia de pneus de mola que a agência desenvolveu para equipar as sondas que exploram a superfície da Lua. Em situações desse tipo, as sondas precisam de um pneu que não pode ser facilmente danificado. Caso contrário, toda a missão milionária da agência ficaria comprometida por causa de um furo na borracha.

Para contornar esse problema, a agência criou um tipo de pneu feito de estruturas de metal. Segundo o BGR, essas estruturas eram parecidas com molas de brinquedo, e eliminavam a necessidade do pneu conter gás. Mas elas tinham um problema: com o tempo, elas iam se deformando de maneira permanente, o que impedia o bom funcionamento do pneu.

Esse modelo mais recente, porém, resolve esse problema usando a liga de níquel e titânio mencionada acima. Ela é o que se chama de “liga de metal de memória” – algo que a Apple pode acabar usando nos próximos iPhones. Esses materiais têm a propriedade de não sofrer deformações permanentes mesmo quando são submetidos a grandes pressões. Com isso, o pneu pode ter uma vida útil muito maior, e o risco de que ele prejudique o trabalho de uma sonda é muito menor.

Adaptações terrestres

Como o Designboom aponta, o pneu da Nasa criado para uso em Marte poderia facilmente ser adaptado para ser usado na Terra. A própria agência espacial reconhece que ele pode ser adaptado para uma série de outros usos por meio de alterações à liga que o compõe e à estrutura de metal do pneu.

Por exemplo: seria possível recobrir o metal do pneu com um material como borracha, que oferecesse mais atrito no contato com o chão. Dessa maneira, o pneu poderia ser usado também nas estradas terrestres. Situações “off-road”, como a navegação por terrenos acidentados e sem pavimentação, seriam o caso de uso mais óbvio dele.