O conflito entre os Estados Unidos e a Huawei virou a polêmica principal entre as multinacionais de tecnologia. Depois do CEO da Nokia, Rajeev Suri, dizer a investidores que espera se beneficiar da tensão, a LG decidiu fazer uma brincadeira sobre assunto e debochar da marca chinesa.

Por meio da sua conta oficial no Twitter, a companhia sul-coreana publicou uma foto que simula uma conversa amistosa entre ela e o Google Assistente. No bate-papo, a LG pergunta ao aplicativo “quem é seu melhor amigo?” e recebe a resposta “não quero ser precipitado, mas acho que eu e você nos damos muito bem”. Para completar, a postagem diz “LG e Google: um relacionamento que está indo forte há anos”.

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Contudo, a LG se arrependeu da brincadeira e, pouco tempo depois de fazer a publicação, apagou o conteúdo e mudou o tom da piada em uma nova postagem.

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No novo tuíte, a companhia simula uma conversa com o Google Assistente, mas dessa vez fala apenas sobre como ele está se sentindo. A postagem, no entanto, continua como estratégia de mercado, porque diz que “todo dia é um bom dia para agradecer o pacote de serviços da Google na LG”.

Caçoar dos problemas da Huawei foi o modo que a LG encontrou de aproveitar os vetos do Google à empresa chinesa para fortalecer sua reputação perante o público do setor de tecnologia. A intenção óbvia da companhia é reforçar para o mercado de smartphones a sólida parceria entre ela e a empresa responsável do Android.

No começo da semana, o Google anunciou que suspendeu a licença de uso do Android em smartphones da Huawei, o que proíbe a multinacional chinesa de usar as próximas atualizações do sistema operacional em seus produtos. A Microsoft, assim como outras empresas, também entrou na esteira e pode interromper o fornecimento de suas tecnologias à Huawei.

Os vetos começaram depois que os Estados Unidos incluíram a Huawei em uma espécie de lista negra que impede companhias norte-americanas de negociar com a empresa sem autorização do governo. A medida do país foi a mais agressiva de suas investidas contra a multinacional, acusada desde o ano passado de usar seus produtos para fazer espionagem para a China. As consequências a longo prazo do ataque para o mundo da tecnologia são imprevisíveis.

Os desdobramentos da decisão do Google ainda são incertos, mas a Huawei reforçou publicamente várias vezes nos últimos dias que está trabalhando em sua própria infraestrutura para smartphones como plano B a um veto permanente. O sistema deve ficar pronto já no quarto trimestre do ano e ser rodado em um smartphone da marca no segundo trimestre de 2020. A empresa ponderou que a mudança apenas acontecerá se ela for impedida por completo de usar os sistemas da Google e da Microsoft.