O Instagram vai introduzir  as chamadas “telas de sensibilidade” para esconder imagens de automutilação, em uma tentativa de proteger jovens que utilizam o site, anunciaram os administradores da rede social. 

Adam Mosseri, que assumiu o Instagram depois que os fundadores do aplicativo partiram de repente em 2018, prometeu uma série de mudanças após a morte da adolescente britânica Molly Russel. Os pais dela acreditam que ela tirou a própria vida depois de ser exposta a imagens gráficas de automutilação e suicídio na rede social em questão e no Pinterest.

O aplicativo pertencente ao Facebook já bane posts que promovem ou encorajam suicídio ou automutilação, disse Mosseri. No entanto, a plataforma encontra desafios em achar esses posts para derrubar, assim como assegurar ao usuários que eles podem publicar imagens relacionadas a estes tópicos para se expressar, mas não ao ponto de incitar alguma coisa.

As “telas de sensibilidade” para imagens de automutilação borram o arquivo até o usuário indicar, claramente, que quer ver o conteúdo explícito. A companhia também bloqueou imagens de cortes que podem aparecer no mecanismo de buscas da rede social, hashtags ou recomendações de conta. Mosseri disse que as mudanças tornariam mais difícil para as pessoas verem essas imagens.

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A companhia também está investindo em engenheiros e revisores treinados de conteúdo, que estão trabalhando para dificultara aos usuários o acesso desse tipo de imagem, comentou Mosseri para o jornal Telegraph.

O executivo se comprometeu em oferecer maior apoio aos usuários que postam imagens indicando que possam estar sofrendo com automutilação ou suicídio.

“Nós já oferecemos recursos para ajudar as pessoas que procuram por essas hashtags, mas estamos trabalhando em mais meios de oferecer ajuda, como conecta-las com organizações parceiras, por exemplo a Papyrus e a Samaritans”, disse ele.

A promessa do Mosseri vem uma semana depois de o Facebook ser abordado por um ultimato do secretário da saúde do Reino Unido, Matt Hancock. Nele, o político exige que a plataforma seja mais eficiente em proteger as crianças no Instagram e no aplicativo principal do Facebook. Caso contrário, a empresa “enfrentaria a força da lei”.

“É espantoso o quão fácil ainda é para acessar esse conteúdo online e eu não tenho dúvidas sobre o dano que esse material pode causar, especialmente para jovens”, escreveu Hancock no final de Janeiro. “Está na hora da internet e dos provedores das redes sociais se apresentarem e acabarem com esse conteúdo de uma vez por todas. Como secretário da saúde, eu estou particularmente preocupado sobre o conteúdo que leva à automutilação e promove suicídios”.

O executivo ainda afirmou: “Suicídio é a principal causa de morte entre jovens abaixo de 20 anos. Os indicadores de automutilação estão crescendo entre garotas adolescentes particularmente. Como qualquer pai, eu fiquei horrorizado essa semana ao ficar sabendo sobre a jovem de 14 anos, Molly Russel, que tragicamente tirou a própria vida. Molly era só dois anos mais velha que a minha filha é agora, e eu me sinto preocupado em ter certeza de que pessoas jovens estão protegidas”.