A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), conhecida popularmente como Correios, será privatizada até o fim do ano. Segundo o Ministro da Economia (ME), Paulo Guedes, a empresa é uma das 17 estatais que serão repassadas para a iniciativa privada ainda em 2019.

Ainda segundo o ministro, o anúncio oficial será feito nesta quarta feira (21). Para que a privatização ocorra, ainda é necessário o aval do Congresso. Entre as justificativas apresentadas para que a estatal seja privatizada estão corrupção, a ineficiência, as greves constantes e a perda de mercado para empresas privadas de entrega.

Além disso, durante os estudos de viabilização da privatização, o ME apontou dificuldades no fundo de pensão dos funcionários e no Postal Saúde, plano de assistência médica que atende os trabalhadores. Juntos, os valores chegam a R$ 15 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre as privatizações e informou que as empresas vão entrar no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) antes do início do processo de privatização. Ele comentou, ainda, que o processo dos Correios se encerra ainda neste ano, mas que deve ser demorado justamente pela necessidade do aval do Congresso.

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Outras privatizações

Além dos Correios, outras 17 empresas serão privatizadas, de acordo com o ministro. Entre elas estão a Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras), a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev).

Confira a lista completa abaixo:

  • Empresa Gestora de Ativos (Emgea);
  • Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF);
  • Serpro;
  • Dataprev;
  • Casa da Moeda;
  • Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp);
  • Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas);
  • Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU);
  • Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (Trensurb);
  • Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa);
  • Empresa Brasil de Comunicação (EBC);
  • Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec);
  • Telebras;
  • Correios;
  • Eletrobras;
  • Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex);
  • Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Resistência

A privatização dos Correios é um dos objetivos do governo federal já há algum tempo. De acordo com Paulo Guedes, em abril já estava definido que a estatal faria parte do grupo de empresas vendidas para a iniciativa privada.

A privatização sofre resistência interna: o ex-presidente da estatal, general Juarez Aparecido Cunha, defendeu que o consumidor pode ser prejudicado com a medida. Segudo ele, a população vai arcar com os custos da operação, enquanto a parte lucrativa ficará nas mãos da iniciativa privada.

Após a declaração, Cunha foi substituído por Floriano Peixoto Neto. Em junho, o novo executivo ainda não parecia convencido do processo de privatização.

Via: G1