De acordo com o jornal alemão Der Spiegel, o Ministério do Interior da Alemanha quer dar vida a um novo conjunto de regras que obrigam serviços de mensagens como o WhatsApp, Telegram, Sign ou iMessage, a entregar registros de conversas em texto simples — sem que uma ordem judicial seja necessária.

Até agora, a criptografia tem sido muito útil para jornalistas, ativistas ou qualquer tipo de cidadão. Ela permite que pessoas se comuniquem sem que sejam espionadas — sobretudo em regiões mais tensas, onde os direitos da comunidade local são cerceados. No início de março, Mark Zuckerberg, declarou que “o futuro é privado”.

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Atualmente as autoridades do país não conseguem interceptar o conteúdo de conversas criptografadas em trânsito. Nas situações em que o acesso a elas é necessário — resolução de crimes, por exemplo —, o governo prefere fazê-lo por meio dos dispositivos envolvidos diretamente (aqueles que enviaram ou receberam a mensagem).

Caso sejam aprovadas, as novas regras mudarão substancialmente as leis alemãs; em vez de coletar dados específicos de uma pessoa suspeita, as empresas serão forçadas a criar um sistema para que as autoridades possam acessar as mensagens que passam por seus sistemas de criptografia.

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Essas medidas serão discutidas em uma reunião entre membros do Ministério do Interior alemão, no mês de junho. Contudo, eles provavelmente encontrarão forte oposição, tanto por razões de privacidade quanto pela complexidade das mudanças técnicas que seriam necessárias no modo de funcionamento dos aplicativos em questão.

Entretanto, não é só na Alemanha que as mensagens criptografadas estão sendo questionadas. No final do ano passado, o governo australiano e o principal grupo da oposição chegaram a um acordo para aprovar, no parlamento, a possibilidade de que a polícia e as agências de inteligência tenham acesso a mensagens criptografadas no WhatsApp e em outros apps similares.