Os Estados Unidos seguem em sua “nova guerra fria”, desta vez contra a China, e quem mais sente os efeitos da troca de farpas entre as potências é a gigante de tecnologia Huawei. Agora, os norte-americanos querem que países aliados deixem de usar equipamentos da empresa.

A informação foi divulgada pelo jornal Wall Street Journal nesta sexta-feira, 23. Segundo a publicação, o governo dos EUA quer convencer países “amigáveis” a não utilizar sistemas de infraestrutura de telecomunicações da Huawei por medo de espionagem.

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O próprio governo dos EUA já baniu quase tudo da Huawei no país, de infraestrutura a smartphones. Os norte-americanos acreditam que a empresa possa vazar informações sigilosas para o governo chinês, que controla de perto muitas companhias locais.

Oficiais dos EUA falaram com representantes de outros governos e executivos de operadoras de telecomunicações, alertando sobre um suposto “risco de cibersegurança” aos países que utilizarem antenas, redes e outros equipamentos da Huawei.

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Mas segundo o WSJ, os EUA estão mais preocupados é com países que sediam bases militares norte-americanas. De acordo com fontes do jornal, a preocupação é de que informações que circulam pelas bases navais sejam interceptadas pelo equipamento da Huawei e vazadas ao governo da China.

O jornal cita ao menos três países que teriam sido procurados pelos norte-americanos: Alemanha, Itália e Japão. O Brasil não possui bases militares fixas dos EUA atualmente, mas o governo nacional tem negociado com o país a partilha do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no litoral do Maranhão.

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A Huawei, por sua vez, diz que é uma empresa “comandada por seus funcionários”, sem relação de serventia ao governo chinês, e que nunca usou seu equipamento para espionar quem quer que fosse. A empresa também criticou a postura do governo dos EUA. “Se o comportamento de um governo se estender além de sua jurisdição, essa atividade não deve ser incentivada”, afirmou a Huawei em nota ao WSJ.

A empresa também atua no Brasil vendendo equipamentos de infraestrutura e telecomunicações, além de ter prometido voltar ao mercado de smartphones (do qual é vice-líder global) em parceria com a Positivo – o que, até agora, não aconteceu.