Há alguns meses, o mundo foi surpreendido com um estudo científico que apontava uma ligação entre o uso excessivo do celular e a formação de um tipo de calo ósseo na nuca de jovens, análogo a um chifre, que seria causado pela má postura ao usar o dispositivo. Agora, os cientistas decidiram publicar uma série de correções para afirmar que, não, usar o celular não causa chifres.

O artigo no qual o efeito havia sido amplamente criticado na época pela comunidade científica, forçando sua republicação com vários ajustes, o que é um movimento levemente constrangedor tanto para seus autores quanto para a Scientific Reports, a revista onde o artigo havia divulgado.

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Com o ajuste, o resumo do estudo foi bastante alterado, assim como a descrição da metodologia, dos resultados e de outras partes cruciais do artigo que levaram à conclusão precipitada, como aponta o site Engadget.

O artigo foi reformulado para eliminar qualquer menção a tablets e smartphones como potenciais culpados pela formação óssea incomum encontrada em alguns pacientes. Além disso, a linguagem do texto foi repensada para destacar a natureza especulativa das informações.

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A frase mais polêmica do estudo foi totalmente removida. A sentença “Nós hipotetizamos que a EEOP [protuberância ampliada occipital externa] esteja ligada às posturas aberrantes associadas com a emergência e uso extensivo de tecnologias móveis contemporâneas, como smartphones e tablets”, não pode mais ser encontrada na versão corrigida do artigo.

Os autores também clarificam alguns pontos de que não evidências que ligam o “chifre” ao uso de celulares e deixa claro que os dados foram obtidos de um banco de dados clínicos e não de um grupo de estudos. Além disso, e talvez mais importante, também foi deixado claro no novo artigo um conflito de interesse que não havia sido revelado previamente: um dos autores do estudo vende serviços voltados para tratamento de problemas de postura.