Com a aproximação das festas de fim de ano, muitos brasileiros ficam de olho em promoções de Natal e Black Friday para comprar um smartphone top de linha Android ou iPhone. No entanto, pelo menos por enquanto, esta pode não ser uma escolha tão vantajosa assim para os consumidores. 

Pensando nisso, reunimos alguns motivos pelos quais, talvez, seja interessante pular a atual geração de smartphones high end e aguardar por 2019. Confira a seguir os fatores que podem fazer a diferença tanto do ponto de vista tecnológico, como no nosso bolso.

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– Geração com poucas mudanças

Um dos grandes trunfos dos smartphones top de linha é empolgar os consumidores com novas funções ou design ousados. Em 2017, aparelhos com iPhone X e Galaxy S8 chamaram a atenção ao trazer telas com bordas finas, recarga sem fio e recursos de reconhecimento facial. Em 2018, por outro lado, as mudanças foram bem mais modestas e focadas nas especificações.

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No lado da Apple, voltamos à clássica geração S: com visual idêntico aos antecessores e melhorias pontuais na câmera e no processador. Já o Galaxy S9 é bastante similar ao que foi apresentado no S8, corrigindo apenas pontos como o posicionamento do leitor de digitais e reforçando configurações internas. Até alguns recursos exclusivos do lançamento da Samsung, como o AR Emoji e a super câmera lenta, estão sendo importados para os modelos antigos.

ReproduçãoAo olhar para aparelhos de outras fabricantes, o usuário também se depara com um cenário similar. Nos últimos meses, o mercado foi invadido por uma legião de telefones com uma pequena franja (ou notch) no topo da tela e sem grande inspiração. Por outro lado, modelos que ousaram mais, como o Oppo Find X e o Vivo Nex S, sequer devem chegar ao Brasil.

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Para 2019, por outro lado, mudanças mais significativas são esperadas. Segundo rumores, a Samsung deve apresentar um Galaxy S10 cheio de novidades para comemorar a primeira década da linha. A fabricante sul-coreana e a Huawei, aliás, travam uma disputa pelo lançamento do primeiro modelo dobrável do mundo. Já a Apple e outras fabricantes podem apostar em telefones sem os odiados notch, enquanto a Microsoft pode, finalmente, apresentar o seu Surface Phone em março ou abril.

– Estamos na véspera do lançamento do 5G

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O 5G terá suas primeiras redes comerciais lançadas em 2019, o que motivou diversas fabricantes a anunciarem que seus próximos tops de linha terão suporte à nova tecnologia. Embora ainda não haja uma previsão oficial para a chegada da tecnologia ao Brasil, o consumidor brasileiro deve levar isso em consideração antes de gastar milhares de reais em um novo smartphone top de linha.

Em tempos de economia difícil e dólar alto, o número de brasileiros que opta por manter o smartphone por mais tempo tende a crescer. A última edição do QuISI, produzido pela Qualcomm, em parceria com o IDC, mostrou que 41,9% dos consumidores demoram pelo menos dois anos para trocar de celular, por exemplo. Ou seja, um aparelho já preparado para a nova geração tende a ser uma escolha interessante para quem deseja “segurá-lo” por mais tempo ou até mesmo conseguir melhores valores de revenda.

Vale lembrar que as novas redes de celulares tendem a oferecer taxas de latência muito menores do que as atuais, diminuindo o tempo de resposta da conexão. Além disso, o 5G oferecerá velocidades muito superiores às atuais, podendo alcançar a casa dos Gbps (Gigabits por segundo). Por fim, a tendência é que a migração para as novas redes seja gratuita, assim como o que aconteceu no avanço do 3G para o 4G.

– Preço altíssimo

O dólar é um dos fatores que mais influenciam no preço dos produtos de tecnologia no Brasil e o cenário não é nada animador em 2018. Nos últimos 12 meses, a cotação da moeda americana deu um grande salto de R$ 3,15 para R$ 4,01 em meio à recuperação lenta da economia e às incertezas do período eleitoral. Quem espera pelos lançamentos de fim de ano tende a encontrar aparelhos com o preço inflado pelo câmbio desfavorável.

É possível ilustrar esse cenário com a variação do preço de lançamento dos tops de linha da Samsung, que passou de R$ 4 mil no S8 para R$ 4.300 no S9 básico. No caso da linha Note, a variação foi ainda maior: passando de R$ 4.400 para R$ 5.500 em apenas um ano. Por fim, a expectativa é que o sucessor do iPhone X, que já assustou muitos consumidores com a etiqueta de R$ 7 mil, chegue por preços ainda mais astronômicos.

Diante disso, o melhor conselho para o consumidor que pretende comprar um top de linha neste momento é: tenha paciência e cautela. Esperar alguns meses pode recompensar com uma cotação do dólar mais fraca, especialmente após o fim das eleições, e a tradicional desvalorização dos modelos. Outra opção, para quem estiver precisando com urgência, é comprar um dos modelos lançados em 2017.

– Intermediários cada vez mais atraentes

Enquanto os preços dos tops de linha disparam, os modelos intermediários têm se mantido em patamares mais “aceitáveis” para a renda dos brasileiros. Atualmente, é possível encontrar bons aparelhos nesta categoria, com preços que variam entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil. Muito deles, inclusive, importam alguns recursos dos telefones mais caros, como tela infinita, câmera dupla e ficha técnica robusta.

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Até a Apple resolveu lançar um bom intermediário neste fim de ano: o iPhone XR. O modelo traz as mesmas especificações das versões XS e XS Max, economizando apenas em itens como a câmera traseira e a tela de LCD. O aparelho, que chega lá fora por US$ 749 (R$ 2.910), é apontado como o provável campeão de vendas da marca para 2018.

– Conclusão

Por mais atraentes que possam ser, os smartphones top de linha de 2018 deixaram a desejar até o momento. A menos que alguma surpresa surja até o fim do ano, os consumidores não tendem a perder muito se esperarem um pouco para atualizar ou seus telefones ou optarem por comprar modelos mais simples na Black Friday ou Natal.

Do ponto de vista da inovação, o próximo ano tende a ser bem mais interessante, com a promessa de mudanças maiores nos telefones da Apple e da Samsung. Além disso, a corrida pelos smartphones dobráveis e pelo fim do notch na tela promete finalmente trazer mais empolgação para os fãs de tecnologia. Por fim, a chegada do 5G é uma notícia aguardada por aqueles que já querem experimentar as novas redes ou pretendem manter os seus telefones por mais tempo.

Já do ponto de vista do preço, a alta do dólar e da carga tributária pressionam ainda mais os já inflados preços de lançamento de iPhones e Galaxys. Caso seja possível esperar, a queda da moeda americana ou a desvalorização natural dos modelos tendem a compensar o tempo a mais com um smartphone antigo. Do contrário, um aparelho intermediário consegue oferecer um bom custo-benefício, com um misto de especificações interessantes e valores mais justos.