Ninguém questiona o fator inovador trazido pelo Galaxy Fold. Nem o mérito da Samsung de ser a primeira a apresentar um smartphone com tela dobrável. O problema foi marcar o lançamento de um produto que ainda não estava pronto para chegar às mãos dos consumidores.

A marca anunciou o modelo há alguns anos e, há pouco mais de seis meses, em setembro de 2018, já prometia lançá-lo ainda antes de 2019. Isso não aconteceu e foi bastante compreensível, já que esse tipo de desenvolvimento requer cuidados e atenção extras.

Agora, a impressão que se tem — depois dos diferentes defeitos relatados em relação à tela — é que a tecnologia ainda não está suficientemente pronta para povoar as prateleiras. O adiamento do lançamento foi, afinal, a melhor decisão que a companhia sul-coreana podia tomar.

Para além das análises do aparelho em funcionamento (que o Olhar Digital não pode fazer por não tê-lo tido em mãos), é importante avaliar o cenário atual do mercado. E, nesse jogo, a Samsung merece os parabéns por ter marcado um golaço!

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Em meio aos modelos tradicionais — todos muito semelhantes, com algumas poucas variações em tamanhos e cores — o Galaxy Fold tem uma proposta completamente nova. O problema foi o custo dessa inovação: nitidamente o produto ainda precisa de mais tempo de desenvolvimento.

Essa provavelmente é a sensação que a Apple tem a respeito do conceito. Embora a marca da maçã, ao que tudo indica, já tenha um projeto em andamento, ela parece não ter pressa de materializá-lo: rumores indicam que o dispositivo só deve chegar ao mercado em 2020.

O potencial é grande, mas o trabalho é maior ainda

O potencial desse tipo de equipamento é inegavelmente grande. Ter um smartphone e um tablet em um mesmo produto e ainda poder levá-lo no bolso depois de dobrá-lo parece realmente ser uma ótima ideia — embora ainda haja muitos céticos a respeito dela.

A marca que conseguir apresentar um equipamento aperfeiçoado — que pode ser a própria Samsung ou uma das concorrentes —, certamente vai ter um item de sucesso nas mãos. É essencial, entretanto, que tanto o software quando a tela estejam tinindo.

Enquanto a Huawei confirma que seu Mate X chega mesmo até junho (o que significa que, em menos de dois meses, ele vai estar disponível), a Apple parece estar totalmente alheia. Engana-se, entretanto, quem pensa que a criadora do iPhone está indiferente.

Quem acompanha a marca sabe que ela não costuma correr pela primeira colocação quando o assunto é o lançamento de novas tecnologias. Não seria diferente, portanto, com algo tão sensível quanto um celular dobrável. E parece que, desta vez, seu movimento foi certeiro.

Talvez, a empresa tenha encontrado dificuldades e, como atenção a detalhe é uma de suas principais características, ela não quis arriscar. É pouco provável que essa situação fosse negligenciada em testes na Apple e que unidades com defeito fossem enviadas a especialistas.

A patente da marca da maçã, inclusive, observa justamente a forma como o mecanismo de dobra é feito — e até mostra como isso pode ser tratado. Há informes de que a Apple já testa diferentes tipos de telas para um novo aparelho — provavelmente um dobrável. Mesmo assim, ela ainda está no início do processo de desenvolvimento do produto, enquanto Samsung e Huawei correm isoladas na frente.

Paralelamente, a fabricante do iPhone ainda tenta terminar o projeto de seu smartphone 5G. Basta lembrar que ela se atrasou enquanto brigava na Justiça com a Qualcomm e que o conflito só foi resolvido na semana passada: em um roteiro digno de filme de ação, a companhia fez um acordo com a fabricante de chips e até a Intel se viu envolvida.

Nesse cenário, se os problemas com o Galaxy Fold continuarem e o Mate X não for um dispositivo perfeitamente funcional, pode ser que a marca da maçã tenha chance de se destacar. É uma briga a se acompanhar!