Se você usa um processador de textos como o Word ou o Google Docs, deve muito ao trabalho de Evelyn Berezin. Uma das mulheres mais importantes dos primórdios da computação, a criadora do Data Secretary, um computador voltado para textos, morreu aos 93 anos.

Após anos trabalhando para outras pessoas, Berezin fundou uma empresa própria no fim dos anos 60. Na época em que a computação pessoal começava a surgir, ela começou a desenvolver uma máquina voltada para processamento de textos. A ideia era facilitar a vida de secretárias, que ainda usavam máquinas de escrever naquela época.

Em 1971, a Redactron, empresa de Berezin, lançou um computador chamado Data Secretary. Ele consistia em um teclado, entrada para fitas cassete, controles eletrônicos e uma impressora, e tinha 1 metro de altura. Ele conseguia gravar a reproduzir o que tinha sido digitado. Modelos seguintes incorporaram monitores também para ajudar na digitação e edição do texto.

Claro, nos tempos de Berezin, os processadores de textos eram máquinas dedicadas única e exclusivamente a essa tarefa: hoje em dia eles são softwares em meio a tantos outros instalados em nossos computadores, e ajudam não apenas secretárias, mas também universitários, pesquisadores, jornalistas, escritores e diversos outros profissionais pelo mundo inteiro.

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Nos anos seguintes, o Data Secretary vendeu uma boa quantidade de unidades – foram 770 apenas no primeiro ano. Mas a crise econômica que atingiu os Estados Unidos nos anos 70 prejudicou os negócios da Redactron, que acabou sendo vendida para uma fabricante de equipamentos chamada Burroughs Corporation.

Berezin não se adaptou à cultura corporativa da nova matriz e deixou a empresa em 1980, passando a se envolver com investimentos nos anos seguintes, e fez parte da direção de algumas instituições universitárias no fim da vida.

Além de criar o primeiro processador de texto da história, Berezin também foi pioneira em outras áreas, como em sistemas bancários automatizados e terminais para monitorar apostas em corridas de cavalos, entre outras coisas.

De acordo com o jornal The New York Times, a pioneira morreu no dia 8 de dezembro após recusar um tratamento contra câncer.