A Samsung afirmou que sua próxima geração de chips, a ser lançada em 2020, terá capacidade de aumentar a vida da bateria do telefone e trazer melhorias na velocidade. Na segunda-feira, (15/4), a companhia sul-coreana anunciou êxito em uma tecnologia de encolhimento dos transistores, componentes eletrônicos que integram os chips. Com ela, a medida de um transistor foi diminuída de 7nanômetros (nm) para 5nm. Mas o que isso significa?

Para se ter uma ideia do quão pequeno é esse valor, quase 2.000 transistores caberiam, de ponta a ponta, na largura de um fio de cabelo humano. Com isso, a Samsung ganha mais espaço dentro dos seus chips, sendo capaz de adicionar outras capacidades eletrônicas a eles. Entre essas inovações, estão um incremento potencial de 10% na velocidade ou uma economia de 20% na duração da bateria.

Os avanços podem ajudar não só a Samsung, que produz os processadores Exynos para os próprios telefones, mas também a Qualcomm e outras companhias parceiras da divisão de fundição da Samsung. De acordo com Shawn Han, vice-presidente sênior do setor de fundição da gigante sul-coreana, a produção completa dos novos chips é esperada para o segundo trimestre de 2020.

Toda tecnologia tem seus custos

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A fabricante da linha de smartphones Galaxy é uma das poucas sobreviventes em uma indústria punida por desafios técnicos implacáveis. Inovações na produção de processadores exigem cada vez mais gastos em pesquisa e desenvolvimento, uma realidade econômica que diminuiu a lista de grandes fornecedores para apenas três: Samsung, Intel e TSMC, do Taiwan.

Depois de anos de sofrimento, só agora a Intel está construindo chips fabricados com tecnologia de 10nm, embora seja capaz de compactar ainda mais os transistores. A TSMC e a Samsung desenvolvem chips com tamanho de 7nm, usados em telefones como o iPhone XS, da Apple, e o Galaxy S10, da Samsung. No início deste mês, no entanto, a TSMC afirmou ter começado a criar protótipos de chips de 5nm para os clientes, com capacidade de aumento de velocidade em até 15% – mas é bom lembrar que, para aumentar o desempenho, gasta-se mais energia.

Embora as fabricantes de processadores continuem avançando na tecnologia de fabricação, os clientes não necessariamente se animam no mesmo ritmo. Por um lado, embora a energia e o desempenho possam aumentar, o custo pode ser pior, especialmente se você estiver pagando pelo transistor. E devemos lembrar que essa tecnologia está nas mãos de também fabricantes de telefones, caso da Samsung.

A queda de 7nm para 5nm (e, quem sabe, até menos) é apenas uma dimensão das melhorias de chip. A Samsung está trabalhando com a IBM em uma abordagem de nanofolhas, que espera aumentar o desempenho em 50% ou reduzir o gasto de energia em 75%. Ela foi destinada a chips de 5nm, mas não será usado em 5nm, no fim das contas. “Estamos nos aproximando da parede”, afirma Han, entusiasmado com os avanços na área.

Fonte: Cnet