Um aparelho chamado Humm promete melhorar sua função cognitiva e sua memória; e tudo o que você precisa fazer é grudá-lo à sua testa. O dispositivo faz uso do princípio da estimulação transcraniana de corrente alternada (tACS), um método comum no mercado que consiste em passar uma corrente pela cabeça a fim de modular a atividade cerebral. No caso do Humm, a estimulação é aplicada a uma frequência de 6 Hz, com o objetivo de aumentar as ondas theta no córtex pré-frontal. Essa atividade deixaria o cliente, digamos, mais inteligente.

Os criadores do produto explicam: “A memória de trabalho exige um tipo específico de ondas cerebrais, com frequência lenta e ritmos vibrantes: as chamadas ondas theta. À medida que envelhecemos, a força de nossas ondas theta naturalmente diminui e os ritmos gerais do cérebro ficam fora de sincronia, resultando em um declínio na memória de trabalho. O Humm utiliza um método comprovado chamado tACS para ressincronizar estes ritmos e fortalecer a memória, estimulando suavemente o cérebro a uma frequência de ondas theta de 6 Hz.”

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A equipe do Humm fez um estudo para comprovar o funcionamento do aparelho. De forma aleatória e com a visão tampada, 36 voluntários receberam estimulação ativa de Humm ou uma condição simulada (placebo). Antes, durante e depois do processo, os participantes completaram uma tarefa simples de memória de trabalho. O grupo com estimulação ativa apresentou desempenho melhor durante e após os estímulos.

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Não houve diferenças entre os grupos nas expectativas de benefício do Humm no início do estudo, ou no benefício percebido no final do experimento, o que conta contra uma explicação placebo da melhora. Mas ainda existem outros obstáculos científicos para superar.

Um artigo na Discover Magazine explica que a amostra de 36 voluntários não parece muito grande para bater o martelo. Além disso, é importante notar que o Humm atinge o córtex pré-frontal com corrente de 6 Hz, que supostamente aumenta as oscilações theta. Mas a frequência das oscilações theta varia entre os indivíduos; o intervalo seria de 4-7 Hz. Muito poucas pessoas teriam frequência de “exatamente” 6 Hz, o que comprometeria a eficiência do produto.

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Fonte: Discover Magazine