A indústria de smartphones passa por um momento de saturação. Praticamente nenhuma fabricante no mundo consegue lucrar com a venda de celulares. A Apple domina a maior parte dos lucros da indústria, e a Samsung aparece em um segundo lugar distante, e basicamente todas as outras têm prejuízo ou ficam zeradas. E mesmo as empresas que conseguem fazer dinheiro já mostram sinais de estagnação.

Então, os smartphones estão chegando ao seu pico. Reinvenções de design parecem cada vez menos revolucionárias e cada vez mais incrementais. São detalhes que mudam de um ano para o outro, cada vez menos incentivando a mudança.

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Se chegamos ao limite, é importante que comecemos a nos perguntar: o que vem depois dos smartphones?

Esta é a pergunta para a qual existem muitas respostas, mas talvez nenhuma certa até o momento. Nos últimos anos, vimos o surgimento dos “wearables”, a tecnologia vestível. Óculos, relógios, pulseiras fitness e basicamente todas as peças de vestuários ganharam alguma versão inteligente. Não pegou, pelo menos por enquanto. Alguns destes gadgets caíram nas mãos de entusiastas, mas o grande público ainda está por fora.

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Neste domingo, 21 de fevereiro, LG e Samsung mostraram outra proposta para conseguir extrair algum dinheiro da indústria móvel. Coincidentemente ou não, a visão de futuro de ambas é muito similar, e tem a ver com vestimenta, mas não tanto quanto se imaginava antes.

Acessórios. Esta é a nova aposta.

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O Galaxy S7, por exemplo, foi apenas uma das novidades reveladas pela Samsung. A empresa dedicou um espaço enorme de sua apresentação em Barcelona para falar sobre o Gear VR, seu visor de realidade virtual, e também sobre a Gear 360, que faz as imagens em 360 graus para serem assistidas com o Gear VR.

Logo, você percebe um ecossistema nascendo em torno do smartphone. A câmera pode ser ajustada pelo celular, o celular fornece o painel de alta definição necessária para os óculos. Os produtos começam a se comunicar entre si, sempre com o smartphone no centro. Soma-se a isso outros produtos que também se integram ao aparelho, que incluem relógio, TVs e outros dispositivos conectados. Logo não fica difícil perceber que mais do que um produto, o smartphone será uma central de controle de basicamente toda a sua vida.

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A LG foi além com o G5 e revelou acessórios que modificam o próprio smartphone. Com o design modular do aparelho, é possível remover a parte inferior do celular e trocá-la por um grip que facilita a fotografia e adiciona um pouco mais de bateria, ou um complemento para conversão de áudio digital em analógico para tentar melhorá-lo.

Fora isso, outras estrelas do evento também foram os óculos de realidade virtual da LG, que também dependem do celular para geração das imagens, embora use uma técnica totalmente diferente do Gear VR da Samsung. O Rolling Bot, que é um robô que vigia sua casa e também brinca com o cachorro (controlado pelo celular) e a câmera em 360 graus (controlada pelo celular), que também funciona muito bem com o visor da empresa.

Assim como a Samsung, a LG também tem uma vasta gama de outros produtos conectados, feitos para serem comandados que têm o smartphone como uma central de controle, incluindo relógios, TVs e outros aparelhos.

Então, quando perguntamos “o que vem depois dos smartphones?”, ninguém sabe responder ainda. Talvez nada? Talvez eles permaneçam assim para sempre? A resposta só vai existir quando alguém a inventar, e ninguém sabe quando isso vai acontecer. O que a indústria parece mais propensa a fazer neste instante é construir um mundo que gire em torno deste tipo de aparelho. A ideia em geral, em vez de reinventar a roda parece ser “se todo mundo já tem um celular conectado, em vez de tentar vender um novo, por que não aproveitar esta base para vender coisas que funcionam com estes aparelhos?”. Agora é ver se esta ideia funciona.