Evaldas Rimasauskas, um rapaz lituano de 50 anos, tem um feito impressionante em seu currículo. Ele conseguiu roubar nada menos do que US$ 100 milhões de duas das maiores empresas do planeta: Google e Facebook. Ele assumiu sua participação no crime nesta semana, quando se declarou culpado diante de um tribunal nos Estados Unidos, para onde foi deportado em 2017.

O mais impressionante é que sua técnica foi a mais simples possível: bastou pedir “com jeitinho”. O “jeitinho”, neste caso, envolveu alguma astúcia. Rimasauskas criou selos corporativos, endereços de e-mail falsos e, principalmente, o envio de notas fiscais com ordens de pagamento para os setores financeiros das empresas que foram vítimas de sua armação. No mundo do cibercrime, esta técnica é conhecida como “phishing”, mirando vítimas desatentas que por algum motivo não consigam perceber que um email é falso.

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O golpe se deu entre outubro de 2013 e outubro de 2015. Para enganar suas vítimas, o lituano se passava por funcionário de uma empresa taiwanesa chamada Quanta Computer, que produz hardware. Ele basicamente falava que representava a companhia, para quem seus alvos estariam devendo dinheiro, dando também orientações de pagamento para contas bancárias falsas abertas no Chipre e na Letônia, que, obviamente, estavam sob o controle dos criminosos.

Google e Facebook, no entanto, não sofreram nenhum dano mais duradouro como resultado do ataque. As companhias não são diretamente citadas no processo, mas assumem terem sido vítimas do golpe. Quando questionadas sobre o tema, o Google, que transferiu US$ 23 milhões aos criminosos em 2013, diz que ao perceber o golpe, alertou as autoridades e conseguiu recuperar a quantia. Da mesma forma, o Facebook, que pagou US$ 98 milhões em 2015, diz ter recuperado a maior parte do valor e tem cooperado com as investigações.

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Apesar de confirmar a sua participação no crime, Rimasauskas nega ter agido sozinho e afirma não ter agido para enganar as empresas. Ele diz que foi orientado para a criação das contas falsas e toda a infraestrutura montada para que este dinheiro pudesse ser extraído das vítimas e recebido pelos golpistas, como afirma sua advogada Eun Young Choi. Seus parceiros, no entanto, até o momento não foram identificados.

Rimasauskas pode pegar até 30 anos de prisão pelo golpe, mas o julgamento de sua sentença só acontecerá em 24 de julho. O fato de ter se declarado culpado pode vir a amenizar a sua pena. Além disso, o tribunal decidiu que ele terá US$ 49,7 milhões confiscados como multa pelas suas ações.