Se você acha que recursos biométricos são infalíveis para impedir que terceiros tenham acesso ao seu celular, então é melhor rever seus conceitos. Isso porque pesquisadores das universidades de Nova York e Michigan conseguiram desenvolver uma rede neural capaz de criar impressões digitais sintéticas e que, durante os testes, foram capazes de desbloquear smartphones em quase 80% das tentativas.

O recurso foi batizado de DeepMasterPrints e é descrito como “impressões digitais reais ou sintéticas que pode coincidir com uma grande quantidade de digitais”, atuando como se fossem chaves-mestras.
Atualmente, os leitores biométricos capacitivos não escaneiam 100% das nossas digitais. Por motivos práticos, eles apenas fazem uma leitura parcial de nossas impressões. Em termos simples, os sensores de impressão digital tem uma pequena margem de erro, que permite que um smartphone seja desbloqueado mesmo quando o dedo não é colocado completamente no sensor.

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Essa margem de manobra é a brecha que foi explorada pelos criadores do DeepMasterPrints. Para isso, os pesquisadores alimentaram um sistema de inteligência artificial com imagens de impressões digitais reais. Dessa forma, a rede neural aprendeu a criar suas próprias impressões que são, claro, sintéticas.
Essas impressões sintéticas foram expostas aos mesmos algortimos de verificação que usam os leitores biométricos presentes nos celulares, modificando seu padrão várias vezesm até que o sensor aceitasse a impressãom ainda que ela não batesse 100% com digitais originais.

A repetição desse processo tornou a inteligência artificial capaz de criar impressões digitais sintéticas suficientemente verdadeiras para burlar o sensor e criar um falso positivo, desbloqueando os smartphones.

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De acordo com o artigo dos pesquisadores, a taxa de êxito do DeepMasterPrints depende de cada sensor presente nos celulares. No entanto, de acordo com os testes, as impressões digitais sintéticas “passavam” pelos sensores em quase 8 de cada 10 tentativas (ou em 77% das vezes, se você preferir). Nos leitores de impressões digitais mais rigorosos, a taxa de acerto era de 22%. E nos mais exigentes, o índice caía para 1%.

Fontes: Arvix / Android Police / Motherboard