Ninguém gosta de senhas. É consenso entre especialistas em segurança que elas estão entre os piores métodos de proteger suas informações, porque ou elas são fáceis de lembrar e fáceis de serem quebradas ou impossíveis de memorizar, e ainda assim não são exatamente seguras, pois sempre há o risco de que esse material acabe vazando como fruto de algum ataque hacker.

Por este motivo, a indústria de tecnologia desenvolve há alguns anos uma série de medidas para amenizar a dependência das senhas como método de autenticação. Todas as formas possuem seus pontos fortes e fracos, mas ao menos são alternativas que podem ser exploradas.

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Telefone celular

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Esse método tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos com a explosão da tecnologia móvel e dos aplicativos. A técnica é simples: garantir que o usuário é ele mesmo por meio de uma mensagem SMS enviada para o seu número celular. Se ele receber o código, é dono do telefone mencionado e tudo está autenticado. É um método prático e rápido de verificar a identidade de alguém.

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Ponto fraco: números de telefone não foram criados para serem usados como senha ou método de autenticação. Não é preciso muito para alguém mal-intencionado tomar o controle do número utilizando inúmeras técnicas, que vão de ataques à rede telefônica até engenharia social, passando-se pela vítima para obter um novo chip que permita acesso ao número e a todos os códigos recebidos por ele.

Biometria

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Os três pilares da autenticação digital são “algo que você sabe”, “algo que você tem” e “algo que você é”. Este último item é representado bem pela tecnologia de biometria: leitores de impressão digital ou reconhecimento facial que permitem deixar de lados essas sequências longas de caracteres, números e símbolos que muitas vezes acabam gerando transtornos.

Esse tipo de tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia, e o fato de ser tão fácil de ser usada tem sido um salto de qualidade em relação a segurança digital do usuário comum. Basta lembrar que muita gente sequer colocava senha no celular antes dos leitores de impressões digitais.

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O mais interessante é que essa tecnologia tem se integrado cada vez mais na web. Plataformas como o Windows Hello, por exemplo, permitem fazer login biométrico em sites e aplicativos, e o mesmo vale para os sensores do Android e do iOS, cada vez mais integrados a apps.

Ponto fraco: Infelizmente, a biometria falha, e não é incomum. Quantas vezes você já não tentou usar o leitor de digitais do seu celular e não conseguiu porque o sensor estava um pouco engordurado? O reconhecimento facial também é cheio de problemas, com o iPhone X demonstrando dificuldades para reconhecer a infame “cara de quem acabou de acordar”, por exemplo.

Chaves físicas

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Você leu direito. Você sabia que você pode usar uma chave física para fazer login no seu email, em vez de ficar digitando senhas? Sim, estas chaves se assemelham a pendrives simples, mas tem um diferencial importante: quando inseridas no seu computador, elas permitem realizar autenticação rápida para provar que você é você mesmo.

Existem vários produtos desse tipo no mercado, embora não sejam tão fáceis de serem encontrados aqui no Brasil. Um exemplo é a YubiKey, que é compatível, por exemplo, com a sua conta do Google. Basta uma configuração rápida e você pode simplesmente usar a sua chave como senha.

Algumas plataformas permitem o uso de dispositivos como a YubiKey como método principal de autenticação; outras, apenas como método secundário. De qualquer forma, é uma técnica de segurança digital interessante.

Ponto fraco: como qualquer objeto físico, a chave pode ser perdida, o que pode criar uma situação desagradável de ficar trancado para fora de suas contas virtuais. É sempre recomendável ter mais de uma chave, justamente para evitar esse tipo de situação.

Outras loucuras

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As alternativas que mencionamos acima podem ser usadas por qualquer pessoa, sem grande esforço ou dificuldade. No entanto, existem alguns projetos que beiram a insanidade, mas que também prometem eficácia como forma de autenticação. Por serem mais invasivos, a chance de se tornarem populares são baixas, mas existem apoiadores destes métodos alternativos.

Por exemplo: tatuagens. Há alguns anos, a Motorola lançou uma tatuagem temporária equipada com NFC: basta colocá-la no braço ou em alguma outra parte de fácil acesso do corpo e aproximar o celular para desbloqueá-lo.

Implantes também são uma alternativa para quem tem pouco juízo, e costumam ser bastante populares entre os biohackers. O conceito é parecido com o das tatuagens, mas mais agressivo, já que o objeto é colocado abaixo da pele.

Chegou-se até mesmo a discutir a possibilidade de serem criadas pílulas-senha. Isso mesmo: pílulas ingeríveis, que poderiam fazer o corpo todo da pessoa em um token para autenticação. Encostou no celular ou no PC? Você está autenticado.