Kane Gamble, um jovem estudante britânico, foi condenado a dois anos de prisão no último fim de semana por liderar um grupo de hackers responsável por invadir contas de pessoas do alto escalão do governo dos Estados Unidos, incluindo um ex-diretor da CIA.

O ex-diretor em questão, John Brennan, teve seu e-mail pessoal invadido em outubro de 2015. As mensagens tiradas dali foram parar em fóruns da internet, e documentos sigilosos sobre operações secretas dos EUA foram parar no site WikiLeaks.

Kane tinha apenas 15 anos de idade na época e atendia pelo codinome “Cracka”. Ele era líder de um grupo de jovens hackers chamado “Crackas With Attitude” (CWA). Na audiência desta semana, ele se declarou culpado pelas 10 acusações a que respondia.

De acordo com o jornal britânico Telegraph, Gamble disse que seu grupo mirava em altos funcionários do governo dos EUA de propósito. “Tudo começou quando eu fiquei cada vez mais incomodado com a corrupção do governo, então decidi fazer algo a respeito”, disse ele a um jornalista.

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Quando invadiu a conta pessoal de John Brennan, um membro do CWA disse ao site Motherboard que “não foi nada difícil”, e que “uma criança de 5 anos poderia ter feito”. Na época, o então diretor da CIA chegou a fazer manchetes dizendo que “nenhum e-mail está seguro“.

Brennan não foi o único alvo de alta patente comprometido por Kane e seus parceiros. Eles também invadiram contas pessoais de James Clapper, ex-diretor de inteligência nacional da Casa Branca. Há relatos de que o CWA fez com que todas as ligações para a casa dele fossem redirecionadas para o Movimento Palestina Livre.

Outras vítimas incluem líderes da polícia federal norte-americana, o FBI, e conselheiros próximos ao ex-presidente Barack Obama. No tribunal, Kane admitiu as práticas, mas disse que era “ingênuo” na época, e que hoje usa suas habilidades para ajudar empresas a encontrar falhas de segurança.

No entanto, ao proferir a sentença, o juiz disse que o jovem, hoje com 18 anos, liderou “uma campanha extremamente sórdida de terrorismo cibernético com motivação política”. O Gizmodo destaca que, apesar dos dois anos de prisão, Kane ainda se saiu melhor do que um colega de CWA que foi condenado a cinco anos de detenção num julgamento em 2017.